QUERIDO DISCRETO, AFEMINADOS NÃO SÃO PALHAÇOS
Nada contra afeminados, apenas não me interesso. Questão de gosto! Elas me fazem passar vergonha, mas sempre dou muita risada.” A rigor, o trecho acima exemplifica o discurso infundado, que alimenta o dilema do preconceito internalizado tão marcante dentro da comunidade LGBT e denota o complexo de inferioridade do gay, que tenta a todo o momento se moldar na imagem do hétero. Por excelência, “ser discreto e fora do meio” é fator preponderante, perpetuado nos aplicativos de relacionamento. Ser gay? Tudo bem! Dá pinta? Jamais! A construção da imagem do macho é frágil, e mesmo entre os héteros, a exigência do homem insensível, que não demonstra fragilidade, é uma obrigatoriedade. Tirar a sobrancelha, raspar o suvaco, se depilar, saber cozinhar, ter a voz fina ou ser educado, é motivo de piada. Ser afeminado mexe na figura do machismo, e por isso os afeminados são revolucionários. Tomar por base o senso comum de que afeminados são, necessariamente,