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Mostrando postagens de janeiro, 2020

AMIZADES E RELACIONAMENTOS LÍQUIDOS, QUE SÃO FEITOS PARA NÃO DURAR

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Por Leonaldo Brandão Existem valores(comportamentos) que a nossa atual geração, e por que não dizer, atual sociedade, já não mais valoriza, pois, com o processo de massificação e de consumo desenfreado, aonde até mesmo os sentimentos se tornaram um produto a ser consumido e consequentemente descartado, basta este acabar o prazo de validade, que na maioria das vezes, é quando este relacionamento já não garante acesso aos bens materiais, isso mesmo, pois nossos relacionamentos se valem como mecanismo de troca, na relação afeto em troca de bens materiais e/ou financeiros. Estamos cada vez mais aparelhados com iPhones, tablets, notebooks, etc, que muitas vezes é adquirido por meio do escambo na troca de afeto por estes. Tudo para disfarçar o antigo medo da solidão. O contato via rede social tomou o lugar de boa parte das pessoas, cuja marca principal é a ausência de comprometimento(afeto). Este texto tem como base a ideia do "ser líquido" e suas relações sociais liqu

FAVELA, GENOCÍDIO E VIOLÊNCIA POLICIAL: ADMINISTRAÇÃO DO TERROR

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Por  Renato Nunes-Bittencourt O medo é o grande capital político instrumentalizado pelo autoritarismo, que encontra na sensação generalizada e difusa de incerteza, insegurança, ansiedade e rancor perante ameaças estranhas e imputadas como violentas, o terreno fértil para semear sua doutrina de ódio, de reacionarismo, de agressividade, de degenerescência moral, de truculência e de primitivismo. Todas as garantias e direitos civis são flexibilizados em favor da instauração de procedimentos punitivos que agem em nome da “lei e da ordem”, preservando assim a segurança privada dos cidadãos-consumidores, o valor maior do mercado totalitário. Em uma sociedade estruturalmente desigual, mesmo que os aparatos repressivos conseguissem eliminar todos os focos de criminalidade da cidade, o medo permaneceria presente nas percepções individuais e coletivas acerca do espaço urbano atravé

QUERIDO GAY....LGBTQIA+ QUE ODEIA MILITÂNCIA

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"Em primeiro lugar, fique tranquilo: Não é meu intuito te convencer a fazer parte da militância. Afinal, a militância (e eu também) luta pela liberdade, liberdade inclusive de não ser militante. Meu intuito, na verdade, é fazer com que você repense seu discurso de reduzir a militância e dizer que tem orgulho de não fazer parte dela ou que ela é negativa para a sua vida e para a vida dos gays e LGBTQIA+ em geral. Primeiramente, vamos voltar no tempo. Não sei se você sabe, mas o movimento LGBTQIA+, de maneira organizada e institucional, nasceu a partir da revolta de Stonewall (aqui) , que aconteceu nos Estados Unidos em 1969. Antes disso, claro, havia outras pessoas que lutavam pelos nossos direitos, haviam grupos de lésbicas e grupos de gays em atividade desde o final do século XIX, mas nada com muita força ou representatividade. O que começou o Stonewall, o que começou a militância, foi um "basta" dado pelos LGBTQIA+ que frequentavam o Stonewall Inn e começaram a

AOS QUE VIRÃO DEPOIS DE NÓS

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I Eu vivo em tempos sombrios. Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez, Uma testa sem rugas é sinal de indiferença. Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia. Que tempos são esses, Quando falar sobre flores é quase um crime. Pois significa silenciar sobre tanta injustiça? Aquele que cruza tranquilamente a rua Já está então inacessível aos amigos Que se encontram necessitados? É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver. Mas acreditem: é por acaso. Nada do que eu faço Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome. Por acaso estou sendo poupado. (Se a minha sorte me deixa estou perdido!) Dizem-me: come e bebe! Fica feliz por teres o que tens! Mas como é que posso comer e beber, Se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome? Se o copo de água que eu bebo, faz falta a quem tem sede? Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo. Eu queria ser um sábio. Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria: Manter-se afastado dos problemas do mun

AS OBRAS FUNDAMENTAIS DE CONCEIÇÃO EVARISTO

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Ela é uma das maiores escritoras da atualidade. Escreve livros que misturam suas memórias de mulher negra favelada em ficção, com o estilo batizado como  escrevivência.  Seus escritos geram identificação com seus pares e tende a levar às reflexões sobre gênero, raça e classe. "A minha escrevivência não é para adormecer a casa grande e, sim, para incomodá-la em seu sono de virgem", disse durante a entrevista. Nos últimos dois anos, Conceição Evaristo vem cumprindo uma agenda lotada de compromissos: palestras, eventos, prêmios e entrevistas. Um reconhecimento que, apesar da sua longa trajetória profissional, só chegou aos 70 anos. A escritora afirma ter consciência que a demora é devido a sua condição de mulher negra.  Segue a lista das  melhores obras. 1 -   Olhos D’água, de 2014 Nesta obra não há ‘meias palavras’, nem sentimentalismos ou tampouco omissões diante das páginas. O foco da coletânea de contos denuncia a violência urbana e a pobreza da populaçã