O SOFRIMENTO HUMANO NOS TEMPOS ATUAIS, curadoria de Regina Herzog.

 


Nos tempos atuais, assistimos a vastas transformações nos diversos setores da sociedade. Transformações políticas, sociais, econômicas e tecnológicas, abrindo diversas possibilidades de intervenção na saúde, o que certamente provoca os mais variados efeitos nos indivíduos. Fala-se muito que vivemos tempos de crise que acarretam uma revolução no modo de ser e de se estar no mundo. E o que é uma crise? O termo crise pode ter uma conotação positiva (no sentido de evolução, crescimento) ou negativa (como perda ou regressão); seja como for, crise remete a uma ruptura, uma mudança brusca com referência a um determinado status quo. Como encarar este momento, ou melhor, como vivenciamos este momento? Qual a razão de tanto sofrer, de tantos dissabores que distinguem o final do século 20 e início do presente século com a marca da depressão? Costuma-se dizer que esta crise é a responsável pelo profundo mal-estar do ser humano com relação a si próprio ou ao convívio com seus semelhantes.

Nas quatro palestras a seguir vamos discutir como se forma este quadro, analisando as transformações do mundo contemporâneo e sua incidência nas configurações subjetivas e nas relações sociais. os temas abordados vão buscar retratar este cenário a partir das seguintes indagações: como se apresenta hoje o sofrimento humano? Seriam as inovações tecnológicas as responsáveis por esse mal-estar? A felicidade se tornou uma obsessão? o avesso da depressão é a competência? Os sintomas contemporâneos são novos ou simplesmente uma repetição do que sempre houve? De que forma sentimentos como vergonha e humilhação, que aparecem como inibições e compulsões, permeiam as relações na atualidade?

NARCISISMO E DEPRESSÃOMaria Teresa da Silveira Pinheiro, possui graduação em Psicologia pela Faculdade de Humanidades Pedro II (1980) e doutorado em Psychanalyse - Université de Paris VII (1987). Atualmente é aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mantém atividades de pesquisa no Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica da UFRJ é uma das coordenadoras o NEPECC/UFRJ .Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicanalise, atuando principalmente nos seguintes temas: psicanálise, trauma, melancolia, patologias narcísicas e as novas formas de sofrimento psíquico.

A internet mudou nossa relação com o tempo, com o espaço e o conhecimento. Depois dela já não existe longe, não existe depois. A necessidade de superexposição talvez seja o sintoma que nos denuncia. “Ser ou ser” parece que não é mais a questão existencial dos nossos dias; em seu lugar: parecer ou não parecer? Se somos filhos de uma época que nos deixa cada vez mais dependentes do olhar do outro, ao mesmo tempo parece que estamos cada vez mais aprisionados em nós mesmos. Existe antídoto? O que está nos faltando na contemporaneidade?



ANSIEDADE, PÂNICO E COMPULSÕESFernanda Pacheco-Ferreira, possui graduação em Psicologia (2000), mestrado (2003) e doutorado (2008) em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), com estágio doutoral na Université René Descartes (Paris V) em 2006-2007 e Diplôme d'Université en psychiatrie infantile pela mesma universidade. Tem experiência na área de Psicanálise, com ênfase em Teoria da Clínica, atuando principalmente nos seguintes temas: psicopatologia, metodologia de pesquisa, processos de subjetivação, relações objetais precoces e técnicas psicoterápicas, constituição da subjetividade. De 2010-2018, esteve vinculada ao Programa de Pós Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) através do Programa de Apoio a Projetos Institucionais com a Participação de Recém-Doutores (PRODOC/CAPES) (2010-2014) e através do PNPD CAPES (2014- 2018). Membro do GT Psicanálise, Subjetivação e Cultura Contemporânea da ANPEPP, desde 2016. Membro do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi, desde 2019. Coordenadora do marginália - Laboratório de Psicanálise e Estudos sobre o Contemporâneo. Integrante do conselho editorial e da comissão editorial executiva da Revista ÁGORA - Estudos em Teoria Psicanalítica (2014-2020). Atualmente é Professora Adjunta do Instituto de Psicologia da UFRJ (2018-até presente) e do Programa de Pós Graduação em Teoria Psicanalítica. Diretora Adjunta da Divisão de Psicologia Aplicada (DPA-IP-UFRJ).

Qualquer comportamento da vida afetiva que poderia ser considerado normal, até tempos atrás, atualmente pode ser encontrado entre as classificações dos manuais de psiquiatria. O que aconteceu? Será que ampliamos demais a esfera do que é patologia, reduzindo o campo do que seria normal? Como entender os transtornos de ansiedade e as compulsões hoje? Será que Freud ainda nos explica? Neste programa, as queixas que estamos levando ao divã e como as mudanças que ocorreram em nosso modo de viver estão se refletindo na clínica psicanalítica.



O HOMEM DIANTE DAS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDORegina Herzog de Oliveira, possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1985), graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1967), mestrado em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1987) e doutorado em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1992). Pós-doutorado na George Washington University (Washington/USA) (2000-2001). Atualmente é professora associada do Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Membro do Acordo Internacional 'Trauma e catástrofe hoje' estabelecido entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Université Paris-Diderot coordenado por Joel Birman e Christian Hoffmann; Coordenadora do Núcleo de Estudos em Psicanálise e Clínica da Contemporaneidade (NEPECC); Integrante do Laboratório de pesquisas avançadas em psicanálise e subjetividade (LAPSU) coordenado por Monah Winograd e Maria Isabel Fortes. Tem experiência na área de Psicanálise, com ênfase em Teoria da Clínica, Epistemologia psicanalítica e Fundamentos metapsicológicos, atuando principalmente nos seguintes temas: psicanálise, processos de subjetivação, contemporaneidade.

Do que estamos falando quando falamos em tempos atuais? Para conhecermos melhor o momento em que vivemos, é preciso olhar para as transformações que foram ocorrendo ao longo da nossa história. Quais foram os desafios e as conquistas da Modernidade? E quais os de hoje? Excesso de possibilidades, dever de ser feliz, responsabilidade pelas escolhas... Um panorama das características de cada tempo e de como elas nos afetam.



CULPA E VERGONHAJulio Sergio Verztman, possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1985), mestrado em Psiquiatria e Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1992), doutorado em Psiquiatria e Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1997), pós-doutorado pela Universidade de São Paulo(2019) e residencia-medica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1987). Atualmente é Médico psiquiatra da Universidade Federal do Rio de Janeiro, programa de pós-graduação em teoria psicanal da Universidade Federal do Rio de Janeiro, médico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Revisor de periódico da Revista Agora, Revisor de periódico da Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental e Membro de corpo editorial da Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Psiquiatria. Atuando principalmente nos seguintes temas:psiquiatria, saúde mental.

Culpa e vergonha são dois aspectos do nosso universo emocional e afetivo, que se relacionam com o nosso sofrimento e que variam de acordo com o tempo e com a cultura. A vergonha hoje em nossa sociedade parece não ter a ver com dignidade, honra ou sobre ferir ideais éticos, públicos. A culpa, tradicionalmente se dá quando envolve uma vítima ou uma transgressão. Então qual o lugar que estes sentimentos ocupam hoje? Quando se sente culpa e porquê? Por quais motivos nos envergonhamos?



Os vídeos fazem parte da série o sofrimento humano nos tempos atuais com curadoria de Regina Herzog do Programa Café Filosófico do instituto CPFL Cultura da TV CPFL e gravados no instituto CPFL cultura em Campinas - SP. 





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